quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Polícia prende suspeito de matar professora na frente da filha, no Rio (Postado por Lucas Pinheiro)

Henrique Domingues Muniz, de 18 anos, vulgo Pulguinha, foi preso na tarde desta quarta-feira (19) por policiais da UPP Mangueira. Ele é suspeito de matar a professora Jaqueline Madeira do Nascimento, de 29 anos, na porta de casa, no dia 8 de dezembro, em Colégio, na Zona Norte do Rio.

A professora foi morta ao tentar proteger a filha de 2 anos durante o assalto. Através do trabalho de inteligência a tenente Tatiana Lima, subcomandante da UPP Mangueira, chegou ao criminoso em sua residência na comunidade da Mangueira.

Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. De acordo com a UPP Mangueira, Henrique confessou o crime quando foi preso.

Enterro
O corpo de Jaqueline Madeira do Nascimento foi enterrado na segunda-feira (10), no Cemitério de Irajá, no Subúrbio do Rio. A professora e estudante de engenharia morreu baleada em uma suposta tentativa de assalto na noite do dia 8 de dezembro, na frente de uma das duas filhas, de 2 anos, quando chegava em casa, em Colégio, na Zona Norte. Durante o velório, parentes da vítima, no entanto, disseram acreditar que o crime tem características de execução.

 "Segundo testemunhas, nada foi roubado. Pode ter sido assalto? Sim, pode. Mas por que não levaram nada? A informação é que os caras já teriam saído do carro atirando. A possibilidade de execução não está descartada", disse Ulisses Fernandes, primo da vítima.

A hipótese também não é descartada pela Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, que investiga o caso. Em entrevista ao RJTV, o delegado Rivaldo Barbosa disse que já ouviu testemunhas e que busca imagens de câmeras de segurança. Uma reconstituição do crime também pode ser realizada.

Segundo o amigo da familia Orlando Siqueira, de 66 anos, Jaqueline era um pessoa muito querida: "Ela foi criada junto comigo. É uma covardia isso. Ela nasceu no bairro, é conhecida e uma pessoa muito boa. É muito triste", disse o aposentado.

Ela e o marido se conheceram quando ainda era crianças. Eles se casaram há pouco mais de sete anos e tinham, além da filha de 2 anos que presenciou o assassinato, uma outra, de 7 anos. O sonho dela, segundo o amigo, era se formar em engenharia.

Carta
Em sua página no Facebook, o marido da professora, o sargento do Corpo de Bombeiros Anderson Costa da Silva, postou uma carta em homenagem a Jaqueline. "Eu estou feliz porque posso dizer que tenho duas joias, uma com a cara e outra com seu temperamento. Eu estou feliz porque amei e fui amado, porque tentei dar de tudo para ela e sei que ela, mesmo sem fazer força, foi muito melhor que eu (...) Te amo para sempre", diz o texto (leia a íntegra da carta no fim da reportagem).

 Perícia em 30 dias
Segundo testemunhas, a professora se preparava para guardar o carro na garagem quando foi surpreendida por bandidos em dois carros. Ela teria se assustado com a chegada dos criminosos e um deles acabou atirando. O resultado da perícia realizada no carro da professora deve ficar pronto em 30 dias, segundo a polícia.

"Batalhamos muito juntos, crescemos juntos e tínhamos grandes planos. Agora foi pura crueldade, porque um projétil passou pela área do vidro e não quebrou, ou seja, o vidro estava totalmente abaixado. Viram que era uma mulher com uma criança e atiraram", lamentou o marido de Jaqueline.

Peritos disseram que foram pelo menos quatro disparos em direção ao veículo. Um deles atingiu Jaqueline. Por pouco uma das balas não pegou na filha dela, no banco da frente.

"Nesse intervalo que eu escutei os tiros, eu vi um Meriva vermelho arrancando e aí fui pra rua e cheguei lá vi o carro dela meio que inclinado, meio que diagonal à rua, à calçada. E ela tava lá, inerte já, jogada pro lado, toda ensanguentada. Eu sou benquisto onde eu passo e ela era mais ainda, que ela era uma pessoa de uma índole fantástica, uma pessoa ímpar. Não tinha como não gostar dela", disse o marido.

O pai dela foi à tarde no Instituto Médico-Legal (IML), ao lado de um amigo da família. Os investigadores suspeitam que o crime possa ter sido cometido por bandidos de uma das três comunidades da região: Jorge Turco, Sapê e Faz Quem Quer.

 Leia abaixo a íntegra da carta postada pelo marido de Jaqueline no Facebook:

"Amigos, eu tive a oportunidade de encontrar um anjo que se apresentou como gente na minha vida.
Nos conhecemos ainda na infância ela com 2 e eu com 7, o mundo deu voltas e quando ela tinha 19 começamos a namorar, em 2005 ficamos sabendo que a Rafinha estava chegando e marcamos o casório.
Não tínhamos nada e ela me ajudava a subir os tijolos com uma barriga de 3 meses. Fizemos nossa casa, e neste t
empo moramos num quarto e depois numa meia água. Partimos pra dentro com apenas um quarto e banheiro e depois fomos fazendo as outras paredes, a Rafa já estava com uns 3 ou 4 meses. Montamos nossa empresa e em 2007 terminamos nossa casa e em 2008 quebramos e passamos até por necessidades de alimentos, mas sempre estivemos juntos.
Em Outubro de 2008 ela me indicou para prestar serviços na empresa onde trabalhava e começamos a prosperar novamente.
Tínhamos planos para os próximos 10 anos e ela era a única pessoa que sempre soube todos os passos, eu falava que se eu morresse ela iria tocar tudo e fazer o futuro das meninas (a Gabi chegou em 2010).
Mas ontem Nosso Pai disse que já estava bom e a chamou para junto dele.
Eu ficava horas conversando com a minha amiga, na sala, na cama, no café da manhã.
Eu tive anos de verdadeira felicidade, pena que a missão dela teve que terminar.
Ela era minha amiga, eu consegui encontrar o prêmio que todos procuram, eu encontrei a minha alma gêmea.
Ela me ensinou a servir sem propósito, apenas pelo benefício do outro.
Ensinou a ter propósito sem pegar na minha mão, eu não era nem tinha nada e hoje tenho projetos sólidos.
Ela me tratava como um filho e eu queria protege-la como uma jóia.
Eu só não tinha a resposta para este caminho que a vida nos levou.
Eu confesso que não sou forte e apesar de discutir algumas vezes eu nunca teria peito pra sair de perto dela.
Mas não tivemos escolha e agora me prendo ao que ela me ensinou nesta vida de exemplos. Eu não acreditava na pureza de sentimentos e na ingenuidade dos detalhes que ela observava, mas tudo isto me empurra a aceitar mais este desafio e eu realmente acredito que um dia vou encontrá-la e dizer "a missão foi cumprida".
Meus amigos, dediquem um minuto e façam uma oração pedindo paz e tranquilidade nesta nova jornada que ela atravessa.
Na tarde passada nossa pequena família feliz dormia juntos depois do almoço e ontem mesmo ela ficou menor, mas temos que continuar a ser felizes e preencher o vazio com os sorrisos dela.

Eu estou feliz porquê posso dizer que tenho duas jóias, uma com a cara e outra com seu temperamento.

Eu estou feliz porquê amei e fui amado, porquê tentei dar de tudo para ela e sei que ela mesmo sem fazer força ela foi muito melhor que eu.
Que a paz de nosso Divino Deus esteja com você meu grande amor.
Te amo para sempre."

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Após morte de PMs no Alemão, cai comandante das UPPs (Postado por Lucas Pinheiro)

RIO - Após a morte de dois policiais militares no Complexo do Alemão, foi anunciada a saída do coronel Rogério Seabra Martins do comando da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (UPPs). Conforme adiantou em seu blog o jornalista Jorge Antônio Barros, Seabra vai para a geladeira na Diretoria Geral de Pessoal (DGP) e em seu lugar assume o coronel Paulo Henrique, que estava no comando da Coordenadoria de Operações Especiais da PM. O coronel Seabra ficou no cargo desde 1º de outubro do ano passado, aonde chegou substituindo o coronel Robson Rodrigues da Silva, que hoje chefia o Estado-Maior da Polícia Militar.

Na madrugada desta segunda-feira, um carro com policiais da UPP da Mangueira foi atacado por um grupo de criminosos na localidade conhecida como Caixa D’água. De acordo com a nota, um policial militar foi ferido com um tiro de raspão no rosto e encaminhado para Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde foi medicado e passa bem. A Polícia fez buscas no local para encontrar os criminosos.

No início do mês, pelo menos dois PMs lotados em UPPs do Complexo do Alemão foram mortos em menos de 48 horas. No dia 8 de dezembro, o policial militar da UPP das favelas da Fé e Sereno, no Complexo da Penha, Alexandre Antônio Barbosa foi morto por bandidos na Rua Santa Mariana, em Higienópolis. Há informações de que o policial, que estava de folga no momento em que foi morto, teria dado apoio aos PMs que trocaram tiros com bandidos horas antes na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. No confronto, dois supostos bandidos foram mortos.

Na madrugada do dia 6 de dezembro outro PM da UPP foi morto, desta vez na Favela Nova Brasília. Fábio Barbosa da Silva, de 36 anos, foi baleado quando o agente fazia patrulhamento de rotina na localidade conhecida como Areal, na Fazendinha. Ele foi atingido na cabeça. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu no dia seguinte.

Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília. Casos de violência acontecem com certa frequência na comunidade, mesmo com a presença da polícia. No dia 16 daquele mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Modelo das UPPs inspira unidades semelhantes no Panamá

Moldes da Unidade de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro, a UPC é fruto de um convênio firmado, em julho, entre a Polícia Militar do Estado do Rio e a Polícia Nacional do Panamá

O coordenador de Polícia Pacificadora, coronel Rogério Seabra, participou esta semana da inauguração da primeira Unidade Preventiva Comunitária (UPC), na comunidade do Curundú, no Panamá, América Central. Nos moldes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro, a UPC é fruto de um convênio firmado, em julho, entre a Polícia Militar do Estado do Rio e a Polícia Nacional do Panamá.
Na ocasião, as autoridades da segurança pública panamenha estiveram no Brasil, na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), para assistir à palestra do coronel Seabra e conhecer a experiência da polícia de proximidade adotada nas UPPs do Rio. Eles também visitaram as sedes das UPPs Santa Marta, Coroa/Fallet/Fogueteiro e Complexo do Alemão.
Em agosto, as autoridades panamenhas estiveram no Brasil e convidaram oficiais da CPP para ministrar aulas para oficiais no Panamá.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sargento da PM é morto próximo ao Conjunto de Favelas do Alemão (Postado por Lucas Pinheiro)

 Um sargento da Polícia Militar (PM) foi morto por volta das 21h desta sexta-feira (7), numa região próxima ao Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Esta é a segunda morte de um policial de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região do Alemão em dois dias.

De acordo com a Polícia Militar, o sargento Alexandre Antônio Henrique Barbosa estava sem farda, de folga. Ele estacionou o carro perto de uma padaria, no bairro Higienópolis, e teria sofrido uma tentativa de assalto ao sair do estabelecimento. Segundo a PM, os criminosos dipararam contra o sargento e fugiram sem levar nada. Ele morreu com um tiro na cabeça. A namorada dele, que estava no carro, não ficou ferida.

Informações preliminares davam conta que o policial trabalhava em uma UPP do Alemão, mas a Polícia Militar informou ao G1, às 9h50, que ele era da UPP Fé/Sereno, na Penha, que fica ao lado.

 Mais cedo, um tiroteio entre a PM e criminosos terminou com dois homens mortos, na comunidade do Areal, no Conjunto de Favelas do Alemão. Policiais da UPP Nova Brasília receberam uma denúncia de que homens armados e com drogas mantinham uma família refém dentro de uma residência. Ao chegarem ao local, os PMs foram recebidos com tiros.

Na madrugada de quinta-feira (6), o cabo Fábio Barbosa, também da UPP Nova Brasília, também morreu ao ser atingido na cabeça durante confronto com criminosos do Alemão.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PM baleado no Alemão, no Rio, passa por cirurgia e corre risco de morte (Postado por Lucas Pinheiro)

 O cabo da Polícia Militar Fábio Barbosa, de 36 anos, que foi baleado durante uma troca de tiros com criminosos no Conjunto de Favelas do Alemão, no subúrbio do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (4), passava por uma cirurgia por volta das 9h50 desta quarta (5). A assessoria de imprensa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) informou que a operação começou por volta das 5h30 e o militar corre risco de morrer.

Uma das balas teria entrado pela testa e saído na região da nuca, enquanto a outra atingiu a perna esquerda. O tiroteio ocorreu enquanto o agente fazia patrulhamento de rotina na Rua Joaquim de Queiroz, próximo à localidade conhecida como Areal, quando foi surpreendido por um grupo armado.

 De acordo com a polícia, ele estava com outros seis PMs – todos trabalham na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade. Dois policiais foram levados para a Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) da região com arranhões e ferimentos leves - eles caíram no chão durante o confronto. Todos passam bem.

Já o cabo Fábio, foi encaminhado para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. Em seguida, ele foi transferido para o Hospital Central da Polícias Militar (HCPM), no Estácio.

Por causa do clima tenso, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) reforçaram o policiamento na favela com blitze.

No final de novembro, durante quatro dias consecutivos, moradores da região da Penha e também do Alemão sofrerem com tiroteio na área. Em um deles, o soldado José Antônio de Oliveira Mesquita, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, foi atingido por um tiro nas costas. Ele foi salvo pelo colete que impediu que a bala penetrasse em seu corpo

Dois anos de ocupação
No dia 28 de novembro, fez exatamente dois anos que forças de segurança ocuparam os Conjuntos de Favelas do Alemão e também da Penha. Desde então, a região passou a ser patrulhada pelo Exército.

Neste período, houve confrontos entre policiais e traficantes. Um dos mais graves aconteceu em julho deste ano. A soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, morreu após levar um tiro de fuzil 762, em um ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade de Nova Brasília.