quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Rocinha com UPP terá 100 câmeras para monitorar a comunidade (Postado por Lucas Pinheiro)

 Com a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, oficialmente inaugurada por volta de 10h30 desta quinta-feira (20), cerca de 100 câmeras vão ajudar a monitorar a comunidade em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo o comandante da UPP, o major Edson Santos, a tecnologia e o patrulhamento com motocicletas serão diferenciais no policiamento da área.

"Dividimos a Rocinha em vários setores para facilitar o patrulhamento, pois vamos atuar em uma comunidade com grandes dimensões", frisou Santos, ressaltando que terá quatro oficiais para ajudá-lo. Santos já comandou equipes quando era integrante do Bope e quando fazia parte do policiamento na Barreira Fiscal do Estado.

Com 12 anos na Polícia Militar, o comandante da UPP da Rocinha considera a proximidade com a população um dos maiores desafios a serem vencidos na pacificação da maior favela do país. "Nosso principal objetivo é permitir que o morador da Rocinha tenha a certeza que ele agora é o dono da comunidade", afirmou Santos, destacando que o trabalho de proximidade já tem sido realizado e que a população tem colaborado muito com o trabalho da polícia. "A população nos apoia. A prova disso é que foi através da colaboração deles que chegamos à autoria de crimes ocorridos aqui nesse período", disse o major.

 Na cerimônia de inauguração da UPP, o governador Sergio Cabral também falou sobre essa mudança. "Não temos nenhum tipo de ilusão, essa é uma comunidade onde a marginalidade vai continuar tentando entrar, mas antigamente a polícia que era a invasora. Nesse episódio recente, onde perdemos um policial, foi o contrário, o bandido é que era o invasor", afirmou Cabral. "A gente não tem a ilusão que um processo que começou em novembro de 2008 que hoje não haveria mais a marginalidade. É um processo, um processo permanente".

O governador também lembrou da época em que o país convivia com uma inflação galopante ao falar da nova realidade do Rio com as UPPs. "Da mesma maneira que a inflação alta acabou não faz mais parte da realidade do brasileiro, espero que, no futuro, essas crianças que estão aqui não tenham em sua memória nenhum tipo de conflito e atuação do poder paralelo", disse Cabral, fazendo uma comparação com o seu filho caçula, que não tem em sua memória a época em que havia inflação no país.

Na Rocinha, o patrulhamento feito por motoclicleta será fundamental para garantir a eficácia do trabalho dos policiais. Segundo o coronel Rogério Seabra, comandante das UPPs, 92,25% da Rocinha não é patrulhável por veículos de 4 rodas. "Tivemos que redimensionar o nosso policiamento, inclusive coma  presença de mais policiais para fazer o patrulhamento a pé. É assim que deve ser feito, dada a topografia da comunidade", afirmou Seabra.

De acordo com o tenente Guarani, que vai ser responsável pela operação das câmaras, os aparelhos serão instalados em pontos estratégicos da comunidade. Além do sistema de monitoramento visual, a tecnologia aparece como diferencial em outros aspectos dentro da UPP.

No interior dos contêineres onde fica a base provisória da unidade, os policiais têm acesso a todo o bando de dados do Disque-Denúncia e sabem quais os criminosos estão sendo procurados pela polícia. Os PMs também têm acesso a um mapa com toda a geografia da comunidade e conseguem visualizar, por meio dos rádios instalados nas carros da PM com GPS, onde cada policial está, em tempo real.

 A UPP da Rocinha é a maior da cidade. Setecentos policiais vão patrulhar cerca de 840 mil metros quadrados de área, dividida em 25 localidades menores. A sede será construída no Parque Ecológico, no alto da comunidade. Oito bases avançadas vão ficar em pontos estratégicos. Por enquanto, comando da UPP vai funcionar em quatros contâineres perto da entrada do parque.

Desde a ocupação pelas forças de segurança, em novembro de 2011, treze assassinatos foram registrados na comunidade, 12 deles em 2012. Todos foram esclarecidos por investigações em até 48 horas e com a ajuda da população. Duas vítimas eram PMs.

 Na semana passada, Rafael dos Santos, de 18 anos, entregue à polícia pelos pais, confessou ter matado o soldado Diego Henriques. Outro suspeito, Ronaldo Cunha, de 24, continua foragido.

Atualmente, um milhão de pessoas vive em comunidades no Rio e 40% delas passarão a ser atendidas por UPPs com mais esta unidade na Rocinha.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PM faz ação para prender assassinos de soldado morto na Rocinha (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Militar realiza na manhã desta sexta-feira (14) uma operação na favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para tentar prender os suspeitos de envolvimento no assassinato do soldado Diego Bruno Barbosa Henriques, de 25 anos. Ele foi baleado na noite de quinta-feira (13) durante um patrulhamento a pé na comunidade.

 O soldado e mais três policiais entraram em uma localidade conhecida como Terreirão, onde foram surpreendidos por dois homens armados. Segundo a polícia, houve confronto e o soldado foi atingido no rosto. Ele foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde morreu. Os criminosos conseguiram fugir.

O comando de policiamento da Rocinha antecipou a entrada de PMs e manteve policiais que estavam de plantão. Com isso, o efetivo na comunidade está dobrado. Até as 9h não havia informação sobre presos nem apreensões, informou a polícia.

A Polícia Civil informou que a Divisão de Homicídios da Capital (DH/Capital) instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias do crime.

A patrulha atacada na noite de quinta-feira faz parte da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que já foi instalada na comunidade, embora ainda não tenha sido inaugurada oficialmente. Desde o início dos trabalhos de pacificação, em novembro do ano passado, a Rocinha está ocupada por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq). A área deve receber a 19ª UPP do Rio de Janeiro ainda este ano.

Enterro
Segundo a polícia, o soldado morto estava apenas há um ano na corporação. O corpo de Diego Bruno Barbosa Henriques será enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste, às 16h desta sexta-feira.

Outras mortes
No dia 4 de abril, o policial Rodrigo Alves, de 33 anos, que também fazia parte do efetivo da Rocinha, foi morto a tiros durante um patrulhamento a pé na comunidade. Na época, Rodrigo também chegou a ser levado para o hospital, mas morreu.

No dia 23 de julho deste ano, a policial Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, morreu após levar um tiro de fuzil 762, em um ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade de Nova Brasília, no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte da cidade. Esta foi a primeira policial morta em serviço em uma comunidade com presença de uma UPP.