domingo, 14 de outubro de 2012


Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha terão UPP até janeiro

As quatro comunidades foram ocupadas pelas polícias neste domingo (14).
'A partir de hoje não teremos mais uma Faixa de Gaza', diz Beltrame.

Tássia ThumDo G1 Rio
Após a ocupação policial iniciada neste domingo (14), o planejamento da Secretaria de Segurança é instalar até janeiro as Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas de Manguinhos, Mandela, Varginha e Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada em coletiva pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que fez uma análise da operação junto com os chefes da Polícia Federal, Polícia Civil, Marinha, Exército e Corpo de Bombeiros.
" A data limite máxima para o planejamento é janeiro. As duas [Manguinhos e Jacarezinho] serão inauguradas muito próximas. A Polícia Civil vai ficar 24 horas até terça-feira com uma ocupação permanente, depois serão executadas ações diárias sistemáticas. Se Deus quiser a partir de hoje não teremos mais uma Faixa de Gaza”, ressaltou o secretário.
As bandeiras do Rio de Janeirox e do Brasil foram hasteadas por policiais civis,  do Bope e militares na Rua Nossa Senhora dos Navegantes, na Favela de Manguinhos, por volta das 10h deste domingo (14), como sinal de que o território foi tomado pelas força (Foto: Marcelo Ahmed/G1)As bandeiras do Rio de Janeiro e do Brasil foram hasteadas por policiais civis, do Bope e militares na Rua Nossa Senhora dos Navegantes, Manguinhos, por volta das 10h deste domingo (Foto: Marcelo Ahmed/G1)
De acordo com o governador Sérgio Cabral, as favelas Mandela, Varginha e Manguinhos vão receber a UPP em dezembro. Em seguida, em janeiro, será a vez do Jacarezinho.
Na operação deste domingo, foram cumpridos dois mandados de prisão expedidos pela Justiça nas favelas de Manguinhos e Mandela. Drogas e armas também foram apreendidas nas comunidades.
Integração da inteligência
Beltrame destacou a integração do trabalho de inteligência das polícia Civil, Militar, Federal, além do Exército e da Marinha para a retomada do território pelas forças de segurança em tempo recorde. Em 20 minutos, Manguinhos e Jacarezinho já estavam ocupadas. Às 10h, as bandeiras do Rio de Janeiro e do Brasil foram hasteadas.
Homens são parados por policiais durante ocupação do conjunto de favelas de Manguinhos (Foto: Guto Maia/Frame/Estadão Conteúdo)Homens são parados por policiais durante ocupação (Foto: Guto Maia/Frame/Estadão Conteúdo)
"A inteligência das instituições fizeram uma leitura muito objetiva e muito nítida do que nós iríamos encontrar. As duas instituições já tinham um planejamento do terreno muito bem montado, isso feito com a Marinha, já se tinha as posições e até onde iria se chegar. Tudo foi muito conversado. Identificadas as dificuldades, tivemos auxilio das aeronaves, que permitiu que o trabalho em terra fosse feito dessa maneira. A medida que as instituições vão trabalhando juntas, vão demonstrando a sua capacidade e a sua expertise operacional em enfrentar esse tipo de situação, só facilita essas operações”, destacou o secretário.
A Chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, fez um apelo aos moradores das quatro favelas recém-ocupadas. Ela pediu que informações sobre traficantes foragidos e esconderijos de drogas e armas sejam repassadas ao Disque-Denúncia, pelo telefone 2253-1177. Entre os criminosos mais procurados estão Marcelo Piloto e DG, que em julho foi preso pela polícia, mas foi resgatado por comparsas da 25ª DP (Engenho Novo).
Retroescavadeira retira manilhas de rua na comunidade de Manguinhos (Foto: Ide Gomes/G1)Retroescavadeira retira manilhas de rua na comunidade de Manguinhos (Foto: Ide Gomes/G1)
De acordo com Martha Rocha, antes da ocupação deste domingo, a polícia fez uma série de ações nas favelas dominadas pela mesma facção criminosa. Nesta fase de pré-ocupação, foram feitas 51 prisões e 21 armas foram apreendidas.
28 UPPs
O Rio de Janeiro tem hoje 28 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), ponta de lança do processo de pacificação iniciado pelo governo do estado há quatro anos. Cerca de 370 mil moradores são beneficiados. A primeira UPP foi instalada em dezembro de 2008, no Morro Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul da cidade.
Em 2009, o Rio ganhou mais quatro Unidades de Polícia Pacificadora, nas comunidades da Cidade de Deus, Jardim Batan, Babilônia/Chapéu Mangueira e Pavão-Pavãozinho/Cantagalo.
No ano seguinte, as UPPs chegaram a mais oito localidades: Ladeira dos Tabajaras/Cabritos, Morro da Providência, Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro, Turano e Macacos.
Em 2011, as comunidades de São João Quieto/Matriz, Coroa Fallet/Fogueteiro, Morro dos Prazeres/Escondidinho, Complexo de São Carlos e Mangueira/ Tuiuti ganharam UPPs.
Passarela na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (Foto: Felipe Dana/AP)A Rocinha, pacificada em 2012 (Foto: Felipe Dana/AP)
O Morro do Vidigal, no Leblon, recebeu a primeira UPP de 2012. Em seguida, as unidades foram instaladas ao Morro do Alemão, Fazendinha, Nova Brasíllia, Adeus/Baiana, Chatuba, Fé/Sereno, Parque Proletário, Vila Cruzeiro e, em setembro, à Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro.
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