Os resultados da “Operação Catedral” levaram a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) a trocar, após reunião realizada na noite desta quarta-feira (29), os comandos do 5º Batalhão (Centro) e da UPP do Morro da Providência.
O comando da PM determinou ainda a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar o envolvimento e participação de policiais com contraventores presos durante a operação. Quatro PMs foram presos na “Operação Catedral”.
O comando da PM exonerou os comandantes do 5º Batalhão (Centro), coronel Amaury Simões, e da UPP do Morro da Providência, capitão Glauco Schorcht. Para o comando do 5º BPM foi nomeado o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo, que era subcomandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA). Para a UPP da Providência foi designado o capitão Felipe Lopes Magalhães, que comandava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009. (Leia a íntegra da nota da PM no final do texto).
Denúncia do MP-RJ
Antes, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) havia denunciado, nesta quarta, 35 suspeitos de integrar um grupo que explora o jogo do bicho na região central da cidade, que contaria com a participação de policiais civis e militares. O grupo foi denunciado pelos crimes de exploração ilegal de jogo de azar, formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e violação de sigilo funcional.
Mais cedo, também nesta quarta, policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE) cumpriram 24 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão contra os denunciados pelo MP-RJ, na Operação Catedral.
Pelo menos 18 suspeitos de envolvimento foram presos. Um deles é Weber Santos de Oliveira, chefe de investigações da 4ª DP (Praça da República), que fica na Central do Brasil. Segundo a polícia, ele recebia cerca de R$ 15 mil todo mês da quadrilha para não combater o jogo do bicho na região.
Segundo os agentes, o dinheiro era dividido com outros inspetores da mesma delegacia. Entre o material apreendido estão o distintivo, a arma e o celular do policial.
Delegado afastado
A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, determinou o "imediato afastamento" do delegado titular da 4ª DP (Praça da República), Henrique Pessoa. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a medida foi tomada como "critério administrativo" após Martha Rocha "ter tomado ciência da prisão do chefe do Grupo de Investigações Criminais (GIC) da 4ª DP".
A ação, iniciada na madrugada, foi realizada por homens da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
De acordo com a Secretaria de Segurança, a Operação Catedral tem por objetivo prender os contraventores e nove policiais civis e militares – cinco deles ainda na ativa – envolvidos no esquema de pagamento de propina a policiais, que chegava a R$ 30 mil mensais. O grupo, segundo investigações, tem faturamento mensal de R$ 170 mil.
“Era uma organização muito bem estruturada. Com divisão de tarefas bem estabelecidas”, afirmou, em coletiva, o subsecretário de Inteligência, Fábio Galvão.
Dois chefes presos
Os dois chefes da quadrilha foram presos na manhã desta quarta, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste.
Segundo a polícia, Evandro Machado dos Santos, o Bedeu, líder do grupo, era o responsável pelo pagamento de propina a policiais.
O principal escritório dele ficava a cerca de 300 metros da sede da Secretaria de Segurança, e atrás do Comando Militar do Leste CML), no Centro.
Ele estava em casa, dormindo, quando os policiais chegaram, às 6h. O filho dele, Alessandro Ferreira dos Santos é apontado pelas investigações como o segundo chefe do grupo. Os policiais recolheram documentos.
No Centro, os policiais da Draco prenderam Jairo Andrade dos Santos, o China. Ele seria sócio de um estabelecimento comercial no Morro da Providência, acusado de intermediar o pagamento de propina a policiais.
Sete meses de investigação
As investigações começaram há sete meses, logo depois da prisão de 14 apontadores do bicho durante uma operação. Segundo a polícia, os pontos de jogo do bicho estão concentrados no Centro, perto da Central do Brasil e do camelódromo da Uruguaiana e em São Cristóvão.
Uma das negociações foi filmada pela polícia. O vídeo gravado no dia 7 de maio mostra um encontro entre Weber e um policial civil aposentado, Alan Cardeque Villela.
Nas imagens é possível ver Alan tirando um pacote do bolso. Em seguida, ele entrega o material a Weber. A polícia afirma se tratar de propina.
Dois policiais da UPP do Morro da Providência - o sargento Marco Aurélio das Chagas e o sargento Marcos André dos Santos - são acusados de receber dinheiro para fazer vista grossa com os bicheiros.
Ainda segundo as investigações, o capitão Anderson Luiz de Souza, do 5º BPM (Praça da Harmonia), recebia cerca de R$ 9 mil por mês de propina. Renato Ferreira Angelici, do mesmo batalhão, seria o segurança do bando e informava a quadrilha sobre operações.
A polícia também investiga se agentes da 17ª DP (São Cristóvão) estão envolvidos no jogo do bicho.
30 mandados de busca e apreensão
Também serão cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, nos locais de aposta e na casa dos envolvidos. Os presos foram indiciados e denunciados por exploração do jogo do bicho, formação de quadrilha armada, corrupção ativa e passiva e violação de sigilo funcional.
De acordo com as investigações, a quadrilha tem uma complexa rede de atuação, com divisões financeira, administrativa e assessoria jurídica.
Ao longo da apuração, foram detidos outros 25 integrantes da organização criminosa, que funcionavam como anotadores e apontadores de apostas (conhecidos como “aranhas”) nos pontos de exploração do jogo ilegal.
Veja a íntegra da nota oficial da PM-RJ
PM exonera Comandante do 5º Batalhão e da UPP da Providência
Em reunião na noite desta quarta-feira (29/08) no Quartel-General, o comando da Polícia Militar determinou a exoneração do comandante do 5º Batalhão (Centro), coronel Amaury Simões e do comandante da UPP do Morro da Providência, capitão Glauco Schorcht. Para o comando do 5º BPM foi nomeado o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo, que era subcomandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA). Para a UPP da Providência foi designado o capitão Felipe Lopes Magalhães, que comandava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009.
O comando da PM determinou ainda a abertura de Inquérito Policial-Militar para apurar o envolvimento e participação de policiais com contraventores presos nesta quarta-feira. Quatro policiais militares na ativa foram presos na Operação Catedral, que é resultado de sete meses de investigação da Subsecretaria de Inteligência, com apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas.
Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE), da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público, das corregedorias das Polícias Civil e Militar e da Corregedoria Geral Unificada (CGU).
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
O comando da PM determinou ainda a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar o envolvimento e participação de policiais com contraventores presos durante a operação. Quatro PMs foram presos na “Operação Catedral”.
O comando da PM exonerou os comandantes do 5º Batalhão (Centro), coronel Amaury Simões, e da UPP do Morro da Providência, capitão Glauco Schorcht. Para o comando do 5º BPM foi nomeado o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo, que era subcomandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA). Para a UPP da Providência foi designado o capitão Felipe Lopes Magalhães, que comandava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009. (Leia a íntegra da nota da PM no final do texto).
Denúncia do MP-RJ
Antes, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) havia denunciado, nesta quarta, 35 suspeitos de integrar um grupo que explora o jogo do bicho na região central da cidade, que contaria com a participação de policiais civis e militares. O grupo foi denunciado pelos crimes de exploração ilegal de jogo de azar, formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e violação de sigilo funcional.
Mais cedo, também nesta quarta, policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE) cumpriram 24 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão contra os denunciados pelo MP-RJ, na Operação Catedral.
Pelo menos 18 suspeitos de envolvimento foram presos. Um deles é Weber Santos de Oliveira, chefe de investigações da 4ª DP (Praça da República), que fica na Central do Brasil. Segundo a polícia, ele recebia cerca de R$ 15 mil todo mês da quadrilha para não combater o jogo do bicho na região.
Segundo os agentes, o dinheiro era dividido com outros inspetores da mesma delegacia. Entre o material apreendido estão o distintivo, a arma e o celular do policial.
Delegado afastado
A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, determinou o "imediato afastamento" do delegado titular da 4ª DP (Praça da República), Henrique Pessoa. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a medida foi tomada como "critério administrativo" após Martha Rocha "ter tomado ciência da prisão do chefe do Grupo de Investigações Criminais (GIC) da 4ª DP".
A ação, iniciada na madrugada, foi realizada por homens da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
De acordo com a Secretaria de Segurança, a Operação Catedral tem por objetivo prender os contraventores e nove policiais civis e militares – cinco deles ainda na ativa – envolvidos no esquema de pagamento de propina a policiais, que chegava a R$ 30 mil mensais. O grupo, segundo investigações, tem faturamento mensal de R$ 170 mil.
“Era uma organização muito bem estruturada. Com divisão de tarefas bem estabelecidas”, afirmou, em coletiva, o subsecretário de Inteligência, Fábio Galvão.
Dois chefes presos
Os dois chefes da quadrilha foram presos na manhã desta quarta, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste.
Segundo a polícia, Evandro Machado dos Santos, o Bedeu, líder do grupo, era o responsável pelo pagamento de propina a policiais.
O principal escritório dele ficava a cerca de 300 metros da sede da Secretaria de Segurança, e atrás do Comando Militar do Leste CML), no Centro.
Ele estava em casa, dormindo, quando os policiais chegaram, às 6h. O filho dele, Alessandro Ferreira dos Santos é apontado pelas investigações como o segundo chefe do grupo. Os policiais recolheram documentos.
No Centro, os policiais da Draco prenderam Jairo Andrade dos Santos, o China. Ele seria sócio de um estabelecimento comercial no Morro da Providência, acusado de intermediar o pagamento de propina a policiais.
Sete meses de investigação
As investigações começaram há sete meses, logo depois da prisão de 14 apontadores do bicho durante uma operação. Segundo a polícia, os pontos de jogo do bicho estão concentrados no Centro, perto da Central do Brasil e do camelódromo da Uruguaiana e em São Cristóvão.
Uma das negociações foi filmada pela polícia. O vídeo gravado no dia 7 de maio mostra um encontro entre Weber e um policial civil aposentado, Alan Cardeque Villela.
Nas imagens é possível ver Alan tirando um pacote do bolso. Em seguida, ele entrega o material a Weber. A polícia afirma se tratar de propina.
Dois policiais da UPP do Morro da Providência - o sargento Marco Aurélio das Chagas e o sargento Marcos André dos Santos - são acusados de receber dinheiro para fazer vista grossa com os bicheiros.
Ainda segundo as investigações, o capitão Anderson Luiz de Souza, do 5º BPM (Praça da Harmonia), recebia cerca de R$ 9 mil por mês de propina. Renato Ferreira Angelici, do mesmo batalhão, seria o segurança do bando e informava a quadrilha sobre operações.
A polícia também investiga se agentes da 17ª DP (São Cristóvão) estão envolvidos no jogo do bicho.
30 mandados de busca e apreensão
Também serão cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, nos locais de aposta e na casa dos envolvidos. Os presos foram indiciados e denunciados por exploração do jogo do bicho, formação de quadrilha armada, corrupção ativa e passiva e violação de sigilo funcional.
De acordo com as investigações, a quadrilha tem uma complexa rede de atuação, com divisões financeira, administrativa e assessoria jurídica.
Ao longo da apuração, foram detidos outros 25 integrantes da organização criminosa, que funcionavam como anotadores e apontadores de apostas (conhecidos como “aranhas”) nos pontos de exploração do jogo ilegal.
Veja a íntegra da nota oficial da PM-RJ
PM exonera Comandante do 5º Batalhão e da UPP da Providência
Em reunião na noite desta quarta-feira (29/08) no Quartel-General, o comando da Polícia Militar determinou a exoneração do comandante do 5º Batalhão (Centro), coronel Amaury Simões e do comandante da UPP do Morro da Providência, capitão Glauco Schorcht. Para o comando do 5º BPM foi nomeado o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo, que era subcomandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA). Para a UPP da Providência foi designado o capitão Felipe Lopes Magalhães, que comandava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009.
O comando da PM determinou ainda a abertura de Inquérito Policial-Militar para apurar o envolvimento e participação de policiais com contraventores presos nesta quarta-feira. Quatro policiais militares na ativa foram presos na Operação Catedral, que é resultado de sete meses de investigação da Subsecretaria de Inteligência, com apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas.
Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE), da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público, das corregedorias das Polícias Civil e Militar e da Corregedoria Geral Unificada (CGU).
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL